Deus mostrou Sua onipotência criativa me formando do nada e me tornando um ser humano.
Se Deus retirasse de Mim sua mão onipotente e preservadora, eu deveria mostrar de imediato o que sou capaz quando for deixado para mim mesmo, retornando imediatamente ao meu nada.
E, na ordem da graça, o nada no qual eu recaio quando deixado para mim mesmo é pecado. Quantas vezes “sou reduzido a nada e não sabia”. [Ps. lxxii, 21] E o que posso encontrar para me orgulhar desse nada?
Dá-me graça, ó meu Deus, para me conhecer apenas o quanto for necessário para me manter humilde! Pois se compreendi plenamente a insignificância de meu próprio ser e a extensão de minha malícia que é capaz de ofendê-lo de diversas maneiras inconcebíveis, temo que eu devesse estar tão cheio de horror para mim mesmo que eu deveria dar lugar ao desespero!
Temos dentro de nós mesmos, em nossa própria experiência e sentimentos, um conhecimento de quão grandemente nossa natureza frágil e decaída está inclinada ao mal. Hoje vamos e confessamos algumas das nossas falhas, tomando a resolução de não cair novamente nelas, e amanhã, apesar de as comprometermos mais uma vez .
Em um momento nos decidimos a adquirir uma certa virtude, e no outro fazemos exatamente o contrário, caindo no vício oposto. No momento em que fazemos essas resoluções de emenda, imaginamos que nossa vontade é firme e forte, mas logo percebemos o quanto ela é fraca e pouco confiável, pois nos comportamos como se nunca tivéssemos proposto uma emenda.
Nosso coração é como uma cana que se curva diante de cada vento ou uma barca lançada por cada onda. É suficiente encontrar-se com uma ocasião de pecado, um movimento de paixão, um sopro de tentação, para a vontade de ceder ao mal, mesmo quando em certos momentos de fervor parecemos estar mais firmemente enraizados no bem. Essa é uma forte razão para sermos humildes e não presumirmos nada de nós mesmos, orando continuamente a Deus para que Ele possa se dignar a confirmar em nossos corações aquilo que Ele opera por Sua graça.
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