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Não basta repetir a Deus que o amamos, é preciso prová-lo com obras.
Não nos iludamos: o amor de Deus não consiste em protestos da fidelidade ao seu serviço, nas expressões de ternura, etc.; consiste no cumprimento de Sua Vontade.
Ora, se a Sua Vontade é que nos tomemos santos e perfeitos, devemos trabalhar por isso.
Para o que se faz necessário é que sejamos fiéis em cumprir todos os Seus mandamentos e todos os da Sua Igreja.
Digo todos porque São Tiago nos ensina que quem viola a lei num só ponto é culpável como se a violasse toda.
É para facilitar as almas piedosas os meios de verdadeira e solidamente amarem a Deus que pus no fim de todos os capítulos desta obra alguma breve instrução sob o título de Resoluções Práticas.
Nelas achar-se-á o segredo de toda a santidade, que consiste simplesmente em nos vencermos a nós mesmos em todas as coisas, não por agradar à criatura, mas unicamente por amor de Deus.
Vince et ipsum, vence-te a ti mesmo. Estas duas palavras andavam continuamente na boca de Santo Inácio de Loyola e de S. Francisco Xavier. É coisa sabida o uso que delas fizeram para sua própria santificação.
Ama et fac quod vis: são palavras de Santo Agostinho; ama e faze depois tudo o que quiseres: porque se verdadeiramente amas, as tuas ações não desmentirão os sentimentos do teu coração. Pede incessantemente a Deus, meu querido Teótimo, este amor verdadeiro que se prova por obras.
Nunca percas de vista que a santidade consiste propriamente na destruição dos vícios, e de nenhum modo nas consolações espirituais, diz Bloisius, Speculum religios, cap. II, n.° 2. Sofre por Deus, obra por Deus, faze em todas as coisas a Vontade de Deus: eis o Verdadeiro Amor.
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