O que é feminismo? Cristão pode ser feminista?

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Feminismo é um movimento que procura promover os direitos das mulheres, defendendo o respeito pela dignidade da mulher e a igualdade de tratamento entre homens e mulheres em várias áreas da sociedade. Dentro do feminismo existem muitos grupos diferentes, com objetivos e ideais variados.

Um cristão pode ser feminista sem concordar com tudo que determinados grupos defendem. Um cristão também pode escolher não se identificar como feminista mas defender alguns dos ideais do feminismo.

Existem muitos grupos humanitários que procuram reduzir as injustiças do mundo, como a pobreza, a falta de acesso à educação ou a cuidados de saúde, o racismo… O feminismo é um movimento que procura reduzir as injustiças contra mulheres.

Como surgiu o feminismo?

Historicamente, em muitas sociedades pelo mundo inteiro, as mulheres foram colocadas em uma posição de inferioridade em relação aos homens.

Ao longo dos séculos, tanto em culturas cristãs quando não-cristãs, mulheres de todas as classes sociais tiveram menos poder e independência que os homens da mesma classe. Pessoas sem poder nem proteção ficam vulneráveis e acabam sempre por sofrer abusos de algumas pessoas com mais poder.

Muitas mulheres na História lutaram para ter direitos como os homens e serem tratadas com dignidade e respeito.

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Mas o movimento moderno conhecido como feminismo começou a ganhar força no século XIX. Os movimentos contra a escravatura levaram várias mulheres a refletirem na sua própria falta de liberdade. Mulheres começaram a se juntar, então, para exigirem direitos fundamentais a qualquer ser humano, como:

  • A igualdade diante da lei – muitas leis puniam mais severamente as mulheres que os homens pelos mesmos crimes
  • O acesso à educação – em muitas áreas as mulheres eram impedidas de estudar, porque “não tinham capacidade”, ou “feria seu charme feminino”
  • O acesso ao emprego – muitas mulheres eram proibidas de trabalhar fora de casa ou recebiam bastante menos que os homens pelo mesmo trabalho
  • O direito ao voto – mesmo depois da conquista do voto “universal”, as leis impediam a vasta maioria das mulheres de votar
  • O direito a ser dona de propriedade – muitas leis impediam as mulheres de herdar ou comprar propriedade, ficando sempre dependentes de homens
  • O direito de não ser considerada como propriedade do marido – muitas sociedades viam a mulher como escrava do marido, sem direitos individuais

As diferentes “ondas” do feminismo

No seu início, o movimento feminista focou principalmente em dar espaço à mulher na esfera pública, lutando por direitos políticos.

Essa fase inicial normalmente é chamada de a primeira onda do Feminismo. Por volta dos anos 60, quando a maioria das democracias livres tinham dado o direito ao voto às mulheres, começou uma nova fase, mais focada nos direitos das mulheres na vida privada.

Nessa que ficou conhecida como a segunda onda, grupos feministas lutaram por causas como:

  • A criminalização e punição da violência contra mulheres – muitas leis deixavam impunes homens que estupravam ou assediavam mulheres e, em algumas situações, a mulher era punida!
  • O acesso igual ao divórcio – em muitos países, somente o homem podia iniciar o divórcio, deixando muitas mulheres vítimas de abuso sem saída
  • O direito ao aborto – sob a lógica que a mulher deve ter controle sobre seu próprio corpo, e que deve ter o mesmo direito que o homem de escolher se quer cuidar de um filho
  • O acesso a métodos contraceptivos – pela mesma lógica que o aborto
  • A licença de maternidade e paternidade – muitas mulheres eram despedidas quando engravidavam (apesar de quererem voltar ao trabalho em breve), perdendo uma fonte importante de rendimento; também não tinham a ajuda do marido na fase inicial, porque tinha de continuar trabalhando.

A segunda onda não foi o fim da primeira. Grupos feministas continuaram (e continuam até hoje) a lutar pelos direitos fundamentais da primeira onda do feminismo. Em muitos países esses direitos básicos ainda não estão garantidos.

Nos tempos mais atuais, surgiu uma terceira onda, que tem focado mais na diversidade e nos direitos de minorias, como minorias raciais ou mulheres com outras orientações sexuais.

Essa onda feminista tem se envolvido bastante com a ideologia de gênero, que ensina que os gêneros são construções sociais, não diferenças biológicas. A terceira onda apoia:

  • Os direitos de homossexuais, transsexuais, etc. – muitas leis criminalizavam essas orientações sexuais
  • Os direitos de minorias étnicas – historicamente, mulheres de minorias étnicas têm estado em uma situação muito mais vulnerável que mulheres da maioria, porque têm de lutar contra dois preconceitos: de raça e de gênero
  • A eliminação da noção de apenas dois gêneros fixos e imutáveis – sugerindo que o gênero é definido pela vontade da pessoa, não por fatores biológicos

Hoje em dia, existem muitos grupos feministas variados, que apoiam ou rejeitam causas diferentes, de acordo com sua visão do mundo. Por exemplo, um feminista poderá apoiar o aborto, dizendo que dá liberdade à mulher, enquanto que outro poderá ser totalmente contra, porque muitas vezes o aborto é realizado por pressão da família, não pelo bem da mulher. A única coisa que todos os feministas têm em comum é o desejo de acabar com injustiças contra mulheres e de promover seu bem-estar.

Leia aqui: o que Deus diz sobre as mulheres?

Feminismo e a Bíblia

O feminismo não é a solução de todos os problemas do mundo. A solução é Jesus. Mas, ao lermos a Bíblia, descobrimos que há vários lugares onde os princípios básicos do feminismo e os ensinamentos de Deus estão em concordância.

A Bíblia confirma que as mulheres têm sido muito oprimidas ao longo da História. O problema começou com a entrada do pecado no mundo. A partir daí, sempre houve atritos entre homens e mulheres (Gênesis 3:16).

No entanto, no princípio Deus criou tanto o homem quanto a mulher à Sua imagem e semelhança e deu aos dois a mesma missão na terra (Gênesis 1:27-28). O homem e a mulher foram criados fisicamente diferentes mas com o mesmo valor e o mesmo propósito: dar glória a Deus. A Bíblia não dá nenhuma indicação que Deus tenha feito Adão e Eva com alguma diferença de inteligência, capacidade emocional, responsabilidade nem de trabalho. Eva foi criada para corresponder a Adão, para ser seu igual, ao contrário dos animais (Gênesis 2:18).

O pecado trouxe todo tipo de injustiças ao mundo, incluindo injustiças contra mulheres. A Bíblia nos mostra um mundo manchado pelo pecado, onde mulheres muitas vezes eram maltratadas e abusadas. Mas os maus-tratos contra mulheres relatados não são aprovados na Bíblia.

No Antigo Testamento, várias leis que Deus deu a Moisés visavam proteger mulheres e outras pessoas em situação vulnerável. Essas leis não eram o projeto de uma sociedade utópica, perfeita, mas trabalhavam dentro da realidade da época para mostrar a atitude correta que cada pessoa deveria ter. A pessoa que realmente ama a Deus luta contra injustiças e defende a causa dos mais fracos e vulneráveis (Provérbios 31:8-9).

A forma como Jesus tratava as mulheres era bastante revolucionário para a cultura judaica de sua época. Enquanto muitos líderes religiosos nem acham que mulheres conseguiam entender as Escrituras, Jesus ensinou verdades profundas a mulheres e teve várias seguidoras, amigas e financiadoras de seu ministério. Ele não impunha limites no seu crescimento espiritual por serem mulheres (Gálatas 3:26-28).

Ao todo, a Bíblia mostra uma grande variedade de mulheres: donas de casa e empresárias, seguidoras e líderes, dependentes e independentes, pobres e ricas, todas criadas à imagem e semelhança de Deus, como os homens. Nem tudo no movimento feminista é bom mas seu fundamento principal – que as mulheres merecem o mesmo respeito, a mesma dignidade e o mesmo acesso a oportunidades que os homens, sem serem maltratadas – é bíblico.

Qual foi o impacto do feminismo?

O feminismo teve um grande impacto na sociedade atual. Para bem e, às vezes, para mal, o feminismo mudou a forma como as mulheres são tratadas em vários países do mundo.

É difícil de imaginar, mas há um ou dois séculos atrás, entre muitas sociedades, a mulher era vista como praticamente incapaz de viver de forma independente.

O papel da mulher era restrito ao lar. Existem muitas mulheres que amam ser donas de casa mas essa restrição reprimia muitas mulheres com talentos em outras áreas. Hoje em dia, graças ao feminismo, uma mulher pode ser dona de casa ou cientista, empregada de limpeza ou empresária, solteira ou casada… Suas opções são muito menos limitadas.

O feminismo também foi essencial na obtenção do direito ao voto, dando uma voz política às mulheres, e na maior igualdade salarial entre homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho.

Graças ao feminismo, em vários países tanto homens quanto mulheres têm direito igual de acesso a todos os níveis de educação e a capacidade intelectual das mulheres é reconhecida. O estupro e a violência doméstica se tornaram crimes e o assédio está se tornando cada vez menos aceitável.

O feminismo também teve alguns impactos negativos. A liberalização do aborto tem aumentado o número de abortos. Em vez de reduzir a responsabilidade da mulher que engravida, a solução melhor seria aumentar a responsabilidade do pai da criança, impedindo-o de fugir das obrigações de ser pai.

Além disso, algumas partes do movimento feminista têm contribuído para a promoção de práticas sexuais erradas, reforçando as ideias de outros movimentos sociais modernos. Se não existe distinção clara entre homens e mulheres, não existe motivo para ser feminista (porque o feminismo defende mulheres).

Ao todo, o feminismo tem sido muito importante para a melhoria das condições de vida de mulheres pelo mundo fora e para o reconhecimento do valor intrínseco das mulheres em todas as áreas da sociedade. Atualmente, feministas continuam sendo o pioneiros na defesa de mulheres em países onde ainda têm poucos direitos. Mas também há lados do feminismo que são errados e que não ajudam.

Feminismo significa odiar homens?

Não, feminismo não significa odiar homens. Algumas feministas não gostam de homens (normalmente devido a experiências muito ruins envolvendo homens), mas a vasta maioria das pessoas feministas se preocupa com o bem dos homens também.

Dar voz e poder a mulheres não significa tornar os homens escravos. O objetivo do feminismo é criar mais igualdade, reduzindo a probabilidade de um lado abusar do outro. Em uma situação ideal para a maioria do feministas, homens e mulheres poderiam conviver em harmonia, com respeito mútuo e promovendo o bem uns dos outros.

Ser feminista não significa ser contra os direitos dos homens. Um feminista também pode se envolver em ações para reduzir as injustiças contra homens, como o suicídio masculino e o abuso emocional. Como em todas as coisas, é importante olhar os outros com amor e compaixão, procurando o bem de todos (Romanos 13:8).

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