Admiro tanto que acabo tendo a pretensão de querer ser como ele.
Já me peguei cantando para ele os versos de Tom Jobim: “Não há você sem mim e eu não existo sem você!”
Ele sorri quando eu canto!
Meu melhor amigo me ensina a ser humano. Ele me ensina que a vida é uma orquestra linda, mas dói.
Ele me ensina a apreciar os acordes tristes… e aí dói menos. A beleza distrai a tristeza.
Foi assim que eu assisti à sua morte na Sexta-feira Santa.
Eu sabia que era passageira. Era apenas um interlúdio feito de acordes menores, dilacerantes de tão tristes. Meu amigo não sabe ser morto.
Ele gosta é de ser vivo, vivente!
E é assim que eu entendo a dinâmica da Ressurreição. Quando digo: “Ele está no meio de nós!” eu estou convidando o meu amigo a ser vivo através de mim.
Quem ama, de verdade, leva sempre a criatura amada por onde vai.
E é assim que o amor vai se tornando concreto no meio de nós.
É assim que a vida vai ficando eterna… e a gente vai ressuscitando aos poucos…
As pessoas olham para mim… eu espero que elas não me vejam… eu espero que vejam o meu melhor amigo, em mim.
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